07/12/2008

Bizet: Carmen

05/11/2008

Fora do corpo, cientificamente agora.


Dados apontam para que cerca de 10% da população mundial, em algum momento das suas vidas, experimentem algo tipo 'viagem astral' ou saída do corpo físico, ou como os ingleses denominam 'near death experience'. Parece que agora, cientistas, conseguiram recriar essa insondável situação e trazer, de alguma forma, um comentário dito científico à experiência. A ler mais aqui.

18/09/2008

Estado Novo


[...] Joãozinho de Alcochete, célebre médium do sul do Tejo, visita-o também. Salazar, chama-o ao saber da sua ida a Buckingham Palace. "Sim, a Rainha Isabel mandou-me buscar num avião da Força Aérea inglesa e eu fui", contou-me [Joãozinho] pouco antes de morrer, vai para 15 anos. "O quarto dela estava assombrado, ouvia-se de noite um choro contínuo que a não deixava dormir. Percebi que havia algo de estranho na parede junto à sua cama. Mandei um pedreiro picá-la. Dentro estava um esqueleto. Era de uma criada que um antepassado da monarca fizera desaparecer por ter ficado grávida dele."
O ditador diverte-se com a história. Durante muito tempo um elemento da secreta vai, discretamente, buscá-lo e levá-lo. [...] Antes da segunda guerra [mundial] uma astróloga predisse-lhe: "Vai haver muitas lágrimas,mas não sangue, em Portugal", antes da guerra em África, outra preveniu-o "O futuro é muito confuso, não tem luz para si". 
Salazar nem se perturbou. Nos períodos de grande tensão ganhava uma frieza, uma implacabilidade impressionantes.[...]
Observa Fernanda de Castro: "Ultimamente o seu espírito baixa muito aqui e pergunta sempre porque lhe querem tão mal"
Outros, noutros lugares, como no centro espírita da Praça de Espanha, recebem dele a mesma pergunta.
Fernanda Moreira, uma médium falecida na década de 80, mulher de magnetismos que perturbavam Salazar, encarnou-o no Verão de 1975.
"Foi quando assistíamos, na sua casa da Rua do Ouro, a uma manifestação da Intersindical", conta-me Diamantino Antunes, ex-presidente da Federação Espírita. "De súbito, ela voltou-se para mim e disse "Olhe, está ali o senhor doutor Oliveira Salazar sentado num sofá. Tem a cabeça entre as mãos, vai precisar de sofrer muito."

O presidente do Conselho confiscou, recorde-se, todos os móveis e imóveis daquela Federação. Entre eles. o edifício da sede, o cinema Rex (depois Teatro Laura Alves), no Martim Moniz. Esses bens não foram restituídos -ao contrário do que aconteceu, depois do 25 de Abril, com os da Maçonaria- aos seus antigos proprietários, [...]

in 'Máscaras de Salazar' de Fernando Dacosta. pag. 340 a 342. ISBN 978-972-46-1694-0

13/07/2008

Nos braços de um anjo: deve ser difícil compor melhor



Spend all your time waiting for that second chance
For the break that will make it OK
There's always some reason to feel not good enough
And it's hard at the end of the day
I need some distraction or a beautiful release
Memories seep from my veins
Let me be empty and weightless and maybe
I'll find some peace tonight
In the arms of the Angel far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent revelrie
You're in the arms of the Angel; may you find some comfort here
So tired of the straight line, and everywhere you turn
There's vultures and thieves at your back
The storm keeps on twisting, you keep on building the lies
That you make up for all that you lack
It don't make no difference, escaping one last time
It's easier to believe
In this sweet madness, oh this glorious sadness
That brings me to my knees
In the arms of the Angel far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent revelrie
In the arms of the Angel; may you find some comfort here
You're in the arms of the Angel; may you find some comfort here.
-
sarah mclachlan-

05/07/2008

04/06/2008

Impacto Mozart


Acabou de passar na RTP2 um documentário interessante do qual nunca tinha ouvido falar: Mozartballs.
É uma espécie de manta de retalhos de histórias de vivências com meia dúzia de personagens reais, todas elas sob forte influência do compositor austríaco: W.A.Mozart
Do primeiro e único cosmonauta austríaco a bordo da MIR, passando por aquela que piamente acredita ter sido Mozart até ao responsável do cemitério de St.Marx, em Viena, onde desde há dois séculos Mozart se encontra, todos eles e mais alguns arranjam forma de se interligar a esse.
A forma como o documentário está produzido, torna-o de facto cativante.
Um pouco mais de 'estória' pode ser encontrada, não no site Mozartballs, nem no dos famosos chocolates, mas aqui neste.

12/05/2008

A lista de Irena Sendler


A ela devem a vida 2.500 crianças.
Irena, assistente social em Varsóvia na altura em que a 2ª grande guerra despoletou, cedo se tornou um símbolo da resistência polaca à invasão germânica.
Do gueto judeu da Varsóvia ocupada, saíram, com a colaboração da equipa com que Irena trabalhava, milhares de crianças em pouco mais de dois anos e meio; algumas, serão ainda vivas nesta altura, outras, talvez já não.
Quanto a Irena Sendler, essa, voltou hoje a casa. Tranquilamente.

Créditos: imagem via flickr.

25/04/2008

Abril, '74




24/04/2008

Exodus


O austríaco Ernst Gold, em 1960, compôs este magnifíco tema para o filme 'Exodus', super película baseada em acontecimentos verídicos do pós-guerra, filmado numa não menos Super Panavision 70 com grandes estrelas de Holywood. Henry Mancinni e muitos outros incluiram este tema no seu portfolio musical com maiores ou menores arranjos.
Vangelis não foi exepção e tem toda a razão para não ficar de fora.

17/04/2008

06/04/2008

Den osynlige


Às vezes, uma estória recorrente, em filme, pode converter-se num extraordinário momento. E para isso acontecer, conta-se, em primeiro lugar, com a mestria do realizador (neste caso, são até dois) e, em segundo, a participação bem dirigida dos actores. Num e noutro caso, são quase todos da nova geração e ilustres desconhecidos para uma grande parte do público:
a) não são cabeças-de-cartaz de cinema Holywood
b) são suecos

"Den Osynlige" que traduzido para português dá algo como 'Invisível' é um magnífico filme da dupla de realizadores Joel Bergvall e Simon Sandquist, produzido em 2002, vencedor justo de vários prémios europeus. Há um remake americano ('The Invisible') do ano passado, mas, infelizmente, não chega nem aos calcanhares da qualidade do original.

"Den Osynlige" conta-nos a estória de Niklas, promissor poeta, 'quase' morto por engano. Digo 'quase' porque o tema roda justamente à volta do limbo, entre "cá e lá".
Para quem tiver oportunidade de ver, é uma obra a não perder.

28/03/2008

Regresso a casa


É a única certeza absoluta que todos nós temos: quando aqui chegamos, sabemos que havemos de partir.
Nos últimos quarenta e oito meses, tenho, como nunca, lidado de perto com a perda de pessoas que me são queridas no meu restrito núcleo familiar. A morte em si não me assusta; assusta sim, a eventualidade de um penoso sofrimento para lá chegar.
Hoje, foi dia de mais um regresso a casa.
Se o Céu existe para as pessoas boas, então, é lá que todos vós estarão, por certo.

12/02/2008

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Coisa bonita


Tenho um grande amigo meu que me passa a vida a dizer 'deixa lá. O universo é perfeito'. Às tantas, é bem capaz de ter razão.
Este slide show contém aquele tipo de mensagem que toda a gente gosta de ler ou ouvir, assim a modos que o velho 'Melhoral' o tal que 'não faz bem nem faz mal'. É tranquilo e tem, de facto, belíssimas ilustrações, sem desprimor para qualquer outro artista representado, o meu voto vai para o traço digital do nipónico Kagaya.

26/01/2008

Em algum lugar no passado



Vencedor de um prémio Emmy, 'Yesterday's Children' é um filme realizado para televisão e tem como base um tema universal: a reencarnação. Baseado em história verídica de Jenny Cockell, a sempre talentosa e bonita Jane Seymour dá vida a duas personagens separadas no tempo. Talvez o filme que aborda o tema de um modo mais respeitador e sério.
Google video tem a versão online; a qualidade das imagens não é a melhor, mas é sofrível. É uma versão dobrada em brasileiro, o que para quem não está, de todo, habituado, faz sempre confusão ouvir uma Seymour numa outra língua durante 90 minutos.

07/01/2008

Zé Arigó: Cirurgião de serviço

Zé Arigó, era o 'petit nom' pelo qual era conhecido o cidadão brasileiro José Pedro de Freitas, nascido em 1921 e criado, segundo o próprio o afirmou, 'a soro e angu, na Fazenda do Faria'.
Até aqui, poderia passar por mais um anónimo conterrâneo de milhões de brasileiros. Mas não.
Zé Arigó, estava destinado a causa maior: auxiliar os outros de uma forma que ele próprio desconhecia. Medicina e, particularmente, a cirurgia, nunca fizeram parte do curriculum académico de Zé, porém, essa seria a sua actividade principal. Como instrumento básico e único, uma faca de cozinha.

Tinha 21 anos quando deixou a casa do pai ('toda a minha fortuna era um terno riscado', disse) para se casar. Mas já antes disso, Zé, era atormentado por uma voz misteriosa e visões estranhas que aparentavam ser um homem alto de bata branca acompanhado de outros com a mesma indumentária e que parecia efectuarem uma cirurgia sem fim.
Os zumbidos na cabeça aumentavam e o corpo ficava dormente. Zé debatia-se para controlar o incontrolável, até que a entidade se manifesta e apresenta-se como cirurgião alemão, Adolf Fritz, morto na primeira grande guerra. A incorporação passa à realidade.

A partir de 1955, a vida de Zé Arigó e da sua cidade de Congonhas do Campo, nunca mais será a mesma. Durante mais de quinze anos, milhares de pessoas passaram pelas suas mãos, a uma estonteante média diária de mais de três centenas de pacientes à espera de um milagre. A todos, Zé, atendia no seu espartano consultório, onde uma secretária e cadeiras toscas serviam de mobiliário, uma resma de papel que seriviria de receituário e, claro, o seu 'intrumento cirúrgico': a faca de cozinha.
Sem a mínima assepsia presente, a faca numa mão e um crucifixo na outra, milhares foram operados, sem qualquer anestesia, a cataratas, aos pulmões, ao fígado, a tumores.

Zé Arigó, entrava no seu 'consultório' como o homem do campo que era, mas assim que dava início às suas intervenções, era nítida a transformação: a voz segura e com sotaque alemão, os termos técnicos utilizados, a precisão do diagnóstico eram evidentes. Fritz comandava Arigó.

Estas diárias consultas, só foram interrompidas pela prisão de Zé, em '56 e '64, acusado pelas autoridades médicas de Minas Gerais, de curandeiro. Indultado, na última, pelo próprio Kubitschek -presidente da república à altura- ao qual, Zé, tinha curado um parente seu.
Na verdade, nunca houve qualquer queixa por parte das pessoas intervencionadas; a realidade mostrou a(s) cura(s) e para a qual a medicina convencional não soube nunca explicar, mesmo quando os seus diagnósticos, intervenções e receitas passaram pelo crivo de uma apertada junta médica norte americana. Tudo o que ele fez estava absolutamente correcto.

Zé tinha a paixão pelas roseiras e a elas dedicava meia hora do seu dia, que começava às 6h da manhã, com uma breve pausa de almoço e alargava até final da tarde. Zé Arigó sabia que a sua missão na terra estava próxima do fim, só não sabia quando. Foi a 11 de Janeiro de 1971, num acidente de viação quando se dirigia para cuidar das suas roseiras.
Não foi por acaso que mais de vinte mil pessoas acompanharam o funeral e todas as suas rosas fizeram também de última companhia.

Créditos: imagem SRD