16/08/2007

Não seria justo viver uma única vida

Pode acreditar-se em Deus, sem acreditar na reencarnação ?. Claro que pode, mas isso é incoerente, pois equivale a dizer que estamos a retirar a Deus, uma das característica que julgo indissociáveis da sua condição divina, a de ser justo.

Não podemos conceber que Deus, não seja justo, para com os seus filhos, propiciando a todos sem exepção as mesma condições, para que possam em pé de igualdade cumprir o seu destino. Como se um pai de dois gémeos em idade escolar, a um propiciasse a oportunidade de estudar e ao outro não.

Enquanto um eram dadas as condições necessárias para promover a sua formação ao outro obrigava a trabalhar duramente negando-lhe essas condições.

Como podemos conceber que aos seus " filhos gémeos", que somos todos nós, Deus propiciei a uns nascerem em berço de ouro, terem condições para serem boas pessoas, porque nasceram em bom ambiente familiar e outros crescem e vivem em ambientes de degradação moral, criando-se à partida potencialidades para uma vida miserável.

Como pode Deus ser justo, se a cada um dos seus filhos corresponder uma só vida ? Seria justo que Deus escolhesse arbitrariamente para uns as benesses para outros,o pão negro.

Deus só será justo se noutra vida que decida conceder a cada um dos filhos inverta as condições, que anteriormente propiciara a cada um deles.

Nada nos diz que o filho que comeu o pão que o diabo amassou e foi pecador, não possa numa nova vida usar bem as prerrogativas que agora Deus lhe deu e tenha um comportamento, para os mais desfavorecidos, superior ao anterior do seu "irmão gémeo"

A isto chamo eu conceito de justiça elementar, repito incompatível com a vida única que outras crenças preconizam.

Esta explicação é um pouco simplista reconheço, parece indicar que quando se nasce todo o caminho já vem traçado para cada um de nós o que não corresponde minimamente à verdade.

Deus não nos concebeu para ser robots, atribuí-nos o livre arbítrio das nossas decisões. Se eu tenho dois caminhos a seguir na vida, uma deles indica-me uma direcção justa, digna e correcta para mim e para os meus semelhantes o outro a da vileza e da desonestidade para com os outros e eu escolho o segundo foi porque o quis fazer quaisquer que fossem as razões que possa acrescentar para o ter feito.

Costuma dizer-se que as acções ficam para quem as pratica, nada mais certo no nosso ponto de vista espírita. Quem pratica o mal o mal receberá, mas não devemos esquecer, por ser elementar que as grandes lições da vida aprendem-se, quando podemos sentir na própria pele o mesmo que aos outros fizemos.

De novo fica a ideia que a Deus só se pode atribuir a condição de Juíz Supremo

9 comments:

Rita said...
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Luís Maia said...

Tenho que pensar pequeno de acordo com as limitações da cabeça humana.

Insisto que Deus é Deus poderia conceber para nós o destino que quisesse e a forma que lhe apetecesse.

Poderia até programar-nos para que fossemos todos bonzinhos.
Pergunto qual seria o mérito da condição humana ? Nenhum.

Não consigo imaginar justiça sem punição. Assim crescem por aí os meninos malcriados.

Não entendo porque insistes em dizer entre linhas que me antecipo aos mistérios divinos, mostrando saber tudo.

Não é um dia todos os dias os mistérios divinos se revelam, nós nem sempre reparamos.

Admiravelmente cómoda essa tua atitude, não preciso de fazer nada um dia Deus nos revelará todos os seus mistérios.

Anonymous said...

Eu vejo a reencarnação de uma maneira diferente de ti.

Para mim, todos temos um Caminho a percorrer para chegarmos à perfeição.
Quando vimos, foi porque escolhemos vir,naquele tempo, naquela hora, naquele país, naquela região, naquela família, para completar o Caminho que nos falta. Escolhemos as condicionantes que ajudarão a que nos aperfeiçoemos.
Claro que temos o livre arbítrio, e muitas vezes nem percorremos nadinha do Percurso, chegando mesmo a recuar.

O Deus da Rita só pode ser o católico, em que os seus fiéis até podem ser os maiores sacristas, que se arrependem no último segundo e entram no reino dos céus.
Hipócritas!

Castigo? Também não acredito. Nem sequer o voltar

Rita said...

Marta,

Eu podia chamar-lhe simplesmente parva mas era dar-lhe demasiada atenção.

Rita said...
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Luís Maia said...

Marta

Eu subscrevo o teu ponto de vista tal qual o descreves

A divergência é que eu acredito que voltamos noutra vida e tu aparentemente não.

Digo aparentemente porque inicialmente utilizas a palavra reincarnação e isso significa voltar a encarnar como sabes.

No fim dizes"nem sequer o voltar", negando o que tinhas escrito primeiro.

Por outro lado no processo de caminho da verdade que enuncias e que genericamente subscrevo, parece que defendes uma tese de regeneração, que eu acredito só aconteça apenas na vida terrena.

Depois recusas a palavra castigo, como se eu a tivesse escrito nalgum lado. O que eu digo e dou-te um exemplo, se eu numa vida qualquer espanquei e brutalizei uma mulher, é obvio que se noutra vida eu encarnar uma mulher, que sofre violência às mãos de outro homem, há aqui um processo de apredizagem, não de castigo, sofrendo na pele o que fiz os outros sofrer.

Luís Maia said...

Marta

Não entendo a tua afirmação, que o "Deus da Rita" só pode ser o católico.

Acho que o Deus de cada um nós não tem nada que ver, com as práticas das diversas igrejas que por ai circulam, atentas sobretudo ao negócio, discutindo "o mercado da crença".

Em nenhum lado do que a Rita escreveu, podes retirar alguma associação com a Igreja Católica Apotólica Romana, que rotulas de Hipócrita.

A divergência entre mim e a Rita, resumem-se a aspecto da revelação de Deus aos homens, mas ambos dispensamos os intermediários organizados.

Se leres com muita atenção o que ela escreve, verás a profundidade do seu conteúdo, é um pouco densa é certo, mas extremamente determinada.

Não acho que a tua intenção fosse chamar hipócrita à Rita, por certo não confundirias, as pessoas que seguem a religiões com as praticas das respectivos orgãos de gestão.

De qualquer forma esse seria o últimos dos defeitos que ela podería ter.

Anonymous said...

Olá Luis

Expliquei-me mal.

reformulo: Não acredito em castigo e não considero que o voltar o seja.
Não falaste em castigo, mas falaste em punição, para mim é a mesma coisa. Aprendizagem para mim, também não tem nada a ver nem com castigo nem com punição.
E desde que somos nós que escolhemos o que temos de vir cá fazer, e onde, ainda há menos cabimento para a concepção de castigo/punição.
Sempre e só do meu ponto de vista.


Beijinhos

Anonymous said...

Não quis chamar hipócrita á Rita, isso de certeza e peço imensa desculpa à Rita e a ti e ao outro Luis, por ter dado essa ideia.
E agora que reli, acho que deixei mesmo essa ideia.
Peço imensa desculpa.

Mas em relação aos praticantes do catolicismo, haverá sempre excepções, mas na maioria, as suas práticas confundem-se sim com os respectivos órgãos de gestão.

O que não deveria ter feito, era partir do principio que a Rita era Católica e mesmo sendo, que faria parte desta maioria.

Não sei como hei-de pedir desculpa, nem sei o que me deu para tanta agrssividade, que apesar de tudo, não me acontece muito.

O que me doi é ver que a Rita e com toda a razão apagou os seus comentários. Como não acho justo que isso aconteça, podes garantir-lhe, que nem pensar ser ela a retirar-se, que sou eu que me retiro, porque fui eu a a incorrecta, a malcriada, a preconceituosa, enfim tudo o que normalmente não sou, mas que fui.