13/01/2022

1953(5)

1953(5) Falar em comer fora em 1953, era mais uma vez privilégio de muito poucos. Razão porque também não havia muitos restaurantes . Casas de pasto (curiosa designação ) e tascas que serviam iscas de porco e bifanas havia muitas, em determinados locais que espalhavam um aroma intenso pelo ar e que ficavam na memória. O comércio era diversificado, havia comércio de coisas impensáveis hoje em dia ninguém se lembrará de abrir uma drogaria ou uma capelista , para vender botões e linhas , porque afinal essa coisa de coser é técnica quase ancestral Luvarias como lembrei onde trabalhava a minha tia , ou loja de chapéus onde trabalhou a minha mãe, deixaram de existir , com exceção de algumas raridades Já tinha dito que neste ano morava na rua do Socorro, em frente havia uma estação de camionagem da empresa Capristanos encostadinha á calçada do jogo da pela Talvez por isso circulavam por ali na altura , muitos homens vertidos de ganga e com umas cordas aos ombros , chamavam-se carregadores , mas também uns outros, terror das famílias chamados de limpa chaminés Na altura era proibido recusar a limpeza da chaminé lá de casa, razão porque, quando se suspeitava que eles batiam á porta , toda gente tentava fazer-se de morto e não os atender. Enquanto isso serviam igualmente para intimidar as criancinhas que não queriam comer a sopa Pastelarias não havia muitas, algumas leitarias coisa mais modesta , mas recordo esta bem tradicional na praça da Figueira que por lá se mantém ainda hoje , parece que tem 192 anos e vai na 6ª geração de proprietários (continuará )

No comments: